domingo, 20 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"Pouca saúde, muita saúva, os males do Brasil são." Macunaíma achava que os males eram as saúvas. Especialistas dizem que a saúva tem sentido conotativo, representando nossa ancestral propensão à preguiça, à frouxidão moral, ao desvirtuamento. Sabe-se que somos uma união de naúfragos, traficantes e degredados com índios e escravos. Um misto de mau-caratér e malemolência. Atrativo ao crime e à impunidade. Os primeiros europeus que chegaram eram criminosos e assim formaram-se as gerações, com a mesma retidão deles. Junte-se a preguiça, a pouca vontade de mudar as coisas, por pior que elas estejam, e temos um retrato fiel de nossa atual situação.

A pior moléstia que grassa o país, cada cidade e cada homem, atende por impunidade. Nosso Brasil, se não é campeão mundial da corrupção, é absolutamente o campeão mundial da impunidade. Soa até tacanho falar de todas situações vividas por nós, brasileiros comuns, que pendem para o lado obscuro mesmo que isso pareça trivial. Temos o gato da TV a cabo, da conta de luz. O estacionamento em fila dupla e na calçada. O atraso e a desculpa. O troco errado que vai para o bolso. A regra que vale só para os outros. O problema maior é o povo e sua formação. O orgulho que a maioria tem do "jeitinho". E o pior é que o povo está sempre por baixo, mas acham que estão por cima. Quem dera um retrato suiço/sueco nos fizesse refletir sobre o respeito às regras.

Demonstro empiricamente como a impunidade acaba com uma cidade como acabou com Florianópolis. Não é apenas impunidade dos políticos, mas de todas autoridades que deveriam agir e não agem. Deixam o povo fazer o que quer.

A ordem cronológica não é respeitada, e sim a de percepção. Primeiro foram os mendigos, bêbados e homens de rua. Quando em 2001 poucos haviam aqui, com o tempo foram se alastrando. Sempre com uma bebida na mão e prontos a pedir qualquer esmola, tomaram conta das calçadas, das ruas, dos parques e até em boa parte do campus da universidade. Nenhuma medida foi tomada. Depois os sul-americanos, em sua maioria bolivianos, que não possuem visto e ficam largados pelas ruas e calçadas a mendigar. Não trabalham em restaurantes, em postos de gasolina, em faxina, em mecânica, em nada. A profissão é mendigar. Mais uma vez, a despeito da ausência de visto, da flagrante transgressão, a polícia federal fechou os olhos. Em seguida as drogas. Antes coisa de bicho grilo, de surfista, menos ofensiva, é hoje coisa de gangues, tráfico organizado e toma conta da maioria dos morros da cidade com crack e cocaína. Campanhas são feitas. Resultados são pífios. Agora a impunidade imobiliária e turística. Concedem-se alvarás a torto e a direito para construção de empreendimentos em qualquer praia, em qualquer reserva, em qualquer lugar. Vale mais a valorização imobiliária, os impostos, e claro, a propina. E parte-se da idéia sublime: quanto mais turistas melhor, independentemente da capacidade que uma ilha comporta. Mais gente, mais dinheiro, mais lixo, mais esgoto, mais praia suja, mais trânsito, mais poluição. Menos qualidade de vida. E com o beneplácito das autoridades.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Deixando um pouco de lado o que é fajuto

Esse é um texto de César Benjamin, fundador do PT e dirigente do partido até 1995. O texto foi retirado do site almacarioca. Indicado pelo Cesar, mas o Casulari.
Notem a diferença, o desenvolvimento da argumentação do Benjamin com meu precário texto. A diferença de um sábio para um sábio fajuto.

O mito do paraíso perdido

César Benjamin


Com o descalabro do governo Lula, multiplicam-se as pessoas que relembram, saudosas, o velho PT e pregam um retorno ao partido que supostamente existia antes de chegar ao poder. Mais uma vez reaparece a idéia, tão recorrente, de que houve um estado original, mais ou menos puro, que deve ser recuperado. Em outros contextos, quem ainda não ouviu histórias sobre a existência de um homem original, uma sociedade original, uma língua original? Procura-se agora um partido original. São conceitos que pertencem ao universo do pensamento mítico. Na vida real, não há começos absolutos, descontaminados de decadências posteriores. Não há pontos de partida e de chegada. Há processos. Os trabalhos etnológicos de Bronislaw Malinowski [antropólogo inglês nascido na Polônia, 1884-1942] foram decisivos para estabelecer isso.

O caso do PT, por ser tão recente, é ainda mais claro. Os malfeitos que têm vindo à luz não começaram agora nem decorrem de um equívoco individual. Representam apenas a transferência, para a esfera do governo federal, de práticas iniciadas, com certeza, nos primeiros anos da década de 1990, talvez antes, e nunca descontinuadas. As impressões digitais do mesmo grupo aparecem na gestão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), na organização das finanças da campanha presidencial de 1994, na gestão de algumas prefeituras, como a de Santo André, na busca de controle de fundos de pensão, para citar apenas as situações mais notórias.

Sobre tudo isso, há anos, correm histórias escabrosas, pois um esquema tão amplo e longevo nunca permanece completamente invisível. Ao aceitar conviver com isso, ao mesmo tempo mantendo a bandeira da ética para consumo externo, o PT ficou exposto à ação corrosiva da hipocrisia, que o destruiu.

Lula sempre compartilhou da intimidade do grupo e foi o principal beneficiário de suas ações. Garante, porém, que nada sabia. Respeito quem acredita nisso, assim como respeito quem acredita em duendes. Seja como for, pelo número de conexões já descobertas e de instituições envolvidas, estatais e privadas, parece claro que estava em curso, em seu governo, a montagem de uma rede de corrupção poucas vezes igualada.

Uma rede sistêmica, planejada, coletivamente organizada. Dos Correios à Petrobrás, das empreiteiras com créditos a receber às verbas de publicidade, do Banco do Brasil aos fundos de pensão, nada estava, em princípio, fora de seu raio de ação. Um esquema desse tipo sempre precisa de forte apoio em altos escalões de governo, que ordenam os pagamentos e fazem as nomeações. Sílvio Pereira, Delúbio Soares, Waldomiro Diniz e outros "operadores" nunca tiveram cargos que lhes permitissem agir sozinhos de forma eficaz.

Novos passos estavam por vir. Depois da reforma sindical, já anunciada, o grupo poderia dar o grande salto, com a transformação das centrais sindicais em entidades muito mais centralizadoras, financeiramente poderosas, aptas a gerenciar bancos, planos de saúde privados e fundos de pensão. O grupo deixaria para trás a fase de "acumulação primitiva", baseada no crime, e se estabeleceria dentro da lei, por meio, principalmente, do sindicalismo de negócios. O trânsito em direção a uma atividade empresarial regular, muito rentável, é o sonho de toda máfia. O predomínio desse projeto ajuda a explicar por que foi abandonada tão fácil e completamente qualquer veleidade de fazer um governo republicano e transformador. Os objetivos, há muito tempo, eram outros.

Estamos diante de um fenômeno novo em nossa história. Ele tem várias dimensões. Uma delas é a introdução, na esquerda brasileira, em larga escala, daquilo que Marx chamava, em outro contexto, o "poder dissolvente do dinheiro". As sociedades antigas, baseadas na tradição, na hierarquia e na religião, desconfiavam de banqueiros e de grandes comerciantes e não raro os reprimiam, porque percebiam que o fortalecimento da esfera do dinheiro desagregaria tudo o mais. Foi o que finalmente aconteceu no mundo moderno, para o bem e para o mal, com a completa mercantilização da vida social. Processo semelhante ocorreu na esquerda brasileira nos 15 últimos anos.

A hegemonia obtida pela Articulação, no PT e na CUT, não pode ser desassociada do uso sistemático dessa nova e poderosa arma, até então desconhecida entre nós, a arma do dinheiro. Ela acabou destruindo sonhos coletivos. Tornou desnecessária a batalha de idéias. Transformou a militância em um estorvo, diante da docilidade dos cabos eleitorais remunerados. E terminou por engolir os seus próprios executores. Seus projetos de origem, que continham alguma política, também foram dissolvidos pelo mesmo poder.

A rede de cumplicidades que o grupo reuniu em torno de si, com variados graus de engajamento e responsabilidade, contamina tão profundamente o PT que uma reforma séria do partido tornou-se inviável. Cumpriu-se minha profecia, feita da tribuna, cara a cara com os 600 delegados no encontro nacional de 1995, o último do qual participei: ao aceitarmos financiamentos de bancos e empreiteiras, feitos à revelia das instâncias partidárias, estávamos diante do ovo da serpente que iria nos engolir.

Dessa responsabilidade histórica, muitíssimo grave, Lula não escapará. Sua liderança corroeu, por dentro, parte expressiva da esquerda. Não deixará nenhum legado político, teórico ou moral.

Lula optou pela esquizofrenia: corta todas as verbas dos ministérios, para fazer o alucinado superávit exigido pelo capital financeiro, e anuncia que nenhum governo realiza tanto quanto o seu; demite Olívio Dutra para nomear um protegido de Severino Cavalcanti e diz horas depois que a elite jamais conseguirá pressioná-lo; seu filho recebe R$ 5 milhões de uma concessionária de serviços públicos, ele nomeia um advogado da mesma empresa desembargador do tribunal onde ela enfrenta suas maiores causas e isso não o impede de anunciar-se como o mais ético dos brasileiros; depois de dois anos e meio na chefia do governo, continua a atribuir as dificuldades a uma herança maldita que ele só fez agravar. Abdicou de uma coerência mínima entre o que faz e o que diz.

Aposta na desinformação do povo e numa identificação pré-política, irracional, com ele, porque um dia, há muito tempo, foi pobre. Está se tornando um "espetáculo excessivo", para usar a expressão de Roland Barthes, referindo-se às lutas de catch. Ao contrário do que normalmente se diz, seu governo é mais conservador na política que na economia. Lula foi a esperança fraudulenta a que Ernst Bloch se referia.

Há mais de dez anos o PT está morrendo, mas esse processo não podia completar-se antes de o "Lula-lá" se realizar. A agonia se prolongou e o partido apodreceu. Tornou-se uma experiência efêmera, e fundamentalmente equivocada, na vida brasileira. Pretendendo ser o novo absoluto, rompeu a memória das lutas populares. Recusou a teoria. Fechou os olhos para a diversidade do Brasil. Afrouxou os princípios, exacerbou a arrogância. Aceitou a disseminação de um enorme conjunto de antivalores, formando a mais desqualificada geração de quadros e líderes de toda a nossa história.

Perdoem-me os inúmeros petistas honestos, mas não é hora de meias palavras. A imensa maioria deles foi cúmplice da desventura, pelo menos por omissão.

Felizmente, o ciclo do PT está prestes a se encerrar. O partido continuará a existir como mais uma legenda pragmática, destituída de utopia, na qual se disputam eleições e se constroem carreiras. Só isso. Por mais dolorosa que seja a crise, ela permite antever o fim do pesadelo de uma esquerda sem fibra, honra e caráter, incapaz de apresentar à sociedade brasileira um projeto histórico transformador.

Muitos temem que a direita se fortaleça. Estão certos, mas só no curto prazo. Paradoxalmente, a crise do governo Lula poderá vir a ser a crise do neoliberalismo no Brasil, propiciando, finalmente, o aparecimento de uma proposta real de mudanças, cujo contorno continua obscuro.

Não creio, porém, que a sociedade aceite passivamente o retorno dos velhos esquemas, já conhecidos, que afundaram o país no atoleiro. Ela demandará um projeto novo. Nossa grandeza será medida pela capacidade que tivermos para construí-lo. De esquerda, de preferência. Com a esquerda, se possível. Sem a esquerda, se necessário, pois a crise brasileira é grave demais. Há muito sofrimento humano em jogo. No que me diz respeito, o compromisso com o povo e a nação está acima das seitas.

Nossa consigna deve ser, agora, o "motto" do último movimento do opus 35 de Beethoven: "Muss es sein? Es muss sein!" - Deve ser? Deve ser!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Novas pesquisas atestam o velho: a popularidade de Lula é altíssima. Tem a ver com o cidadão comum ser pouco instruído? Ou seria resultado das práticas populistas do presidente? Ambos.

1. As pessoas, de modo geral, não conseguem separar "o que é" do "que poderia ser". Explico: os brasileiros, a despeito da famigerada cordialidade, não pensam no coletivo, olham somente para o próprio umbigo. Se antes o salário mínimo era R$ 200,00 e hoje é R$ 400,00 então o presidente faz um bom governo. Mas o que o povo não pensa é que talvez pudesse estar ainda maior. Ou, que se ele conseguiu um emprego e a corrupção toma conta do alto escalão federal, isso tanto faz; mas não visualiza que o correto seria o emprego concomitantemente com a moralidade. Então fecham os olhos às estripulias do governo pensando somente no emprego público ou no bolsa-família.

2. Com toda essa popularidade o presidente poderia ter sido o maior estadista da história do país. Pena que se deixou contaminar, e o tempo fará dele apenas um 2º Pai dos Pobres. Como disse recentemente o Simon: o PT não chegou contaminado no governo, mas foi contaminado por este. Imagine se o Lula tivesse sido rigoroso com os casos de corrupção e ao invés de passar a mão na cabeça dos culpados tivesse os relegado.

3. Agora, mesmo depois de ter enfrentado ferro e fogo pelo PMDB, o presidente vê a besteira que fez. O partido lançou o Requião para presidente e não fará chapa com a Dilma. Morrerão abraçados.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Por alguns segundos cheguei até a ficar animado: será que é verdade? Seria incrível.
A manchete estava assim, bem posta - "Cristo Redentor finalmente é tombado".
Imaginei uma das sete maravilhas modernas despencando e o olhar incrédulo dos cariocas. O 2016 sem os braços abertos para recepcionar os atletas e turistas. Imaginei um mundo melhor, como John Lennon. "Imagine there's no heaven..." "And no religion too..."
Durou pouco, porque no final das contas, o tombamento era cultural. Ou seja, o Cristo ainda está de pé.

Tombamento

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Breve passagem em Curitiba






domingo, 22 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Acontece sempre comigo.
Sabe aquele momento surreal, em que você ainda não está plenamente acordado, mas também não está dormindo? Nesses horas eu falo e penso as coisas mais absurdas do mundo.
No entanto, hoje, acordei com uma frase que tem tudo para virar ditado popular, constar nos anais da cultura folclórica brasileira. Antes, às explicações.

O Brasil é um país enorme, dos maiores do mundo. Com um tamanho desses, há de se encontrar a mais diversa flora, e consequentemente, a mais diversa fauna. São catalogadas uma infinidade de espécies e outras tantas por catalogar. No Pantanal, Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Catinga, etc e tal, cada sistema aparece com bichos diferentes e característicos de cada região. Nada mais comum do que existir, portanto, no país, inúmeros tipos de cobras. Jararaca, sucuri, coral, cascavel e jibóia estão entre as mais conhecidas. Tem cobra peçonhenta e não peçonhenta. Mas a diferença é que existe uma cobra que age de outro jeito, e que é o motivo da minha frase onírica alcançar idéias tão sublimes, podendo explicar tanto a razão de os políticos agirem de modo corrupto, como o gol de um artilheiro matador no último minuto do jogo. Eis a minha aurora:

"Cobra é cobra. Se não pica, estrangula."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tá difícil postar. Mudança de apartamento e PC quebrado.

Sem fotos no notebook.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Posso estar meio chato, mas o presidente me dá motivos. Ouça aqui um discurso de Lula ontem, dia 14/10/2009, em Custódia-PE. Fala que Dom Pedro II quis fazer as obras de transposição do rio São Francisco há mais de 200 anos.

Detalhe: Dom Pedro II nasceu em 1825.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na TV passa um programa sobre animais. Macacos utilizam finos pedaços de pau para caçar larvas e formigas em buracos. Após esta operação, comem os insetos.

Na TV passa mais um discurso do Lula. Confirmada as Olimpíadas 2016 no Rio, ele assegura que o povo brasileiro é o mais criativo do mundo.

Bem, a criatividade brasileira não vai muito além dos pauzinhos dos macacos. No livro Tristes Tópicos o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, na década de 1930, percebe a engenhosidade dos índios brasileiros: dormiam no chão, não praticavam agricultura e comiam insetos retirados de buracos com varetas. De todas tribos indígenas do mundo que tiveram seu primeiro contato com a civilização, as brasileiras eram as mais atrasadas. Os esquimós faziam casa de gelo e usavam roupa de pele. Os apaches andavam a cavalo e tinham exército. Os incas e maias plantavam colhiam e conheciam astronomia. Os índios brasileiros comiam ervas que davam sono, riam e dormiam no chão.

De lá pra cá pouca coisa mudou. Das maiores invenções do milênio apenas uma tem participação de um brasileiro. Considerado por muitos o inventor do avião, Santos Dumont passou maior parte de sua vida na França. Nas principais listas das invenções, abundam europeus, norte-americanos e russos. Lista 1. Lista 2.

Na euforia olímpica dos últimos dias, tivemos notícias que nos situam cada vez mais perto dos macacos. O Brasil regrediu no ranking do IDH de 70º para 75º. Anunciados os vencedores do Prêmio Nobel, nove são norte-americanos, um chinês, um inglês, uma israelense e uma alemã. O Brasil segue menos importante que a Colômbia e a África do Sul. Continuamos empunhando nossas varetas. E as ostentamos com orgulho.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A cada década, os cariocas (emcampados pela Globo e pelo governo federal) têm a infeliz ideia de sediar uma Olimpíadas. Toda vez o resultado é o mesmo. Ainda nem foi anunciada a sede das Olimpíadas de 2016 e já começou a gastança com o dinheiro público. Sem nenhum motivo compreensível, a prefeitura e o governo do estado do Rio de Janeiro decretaram ponto facultativo na sexta-feira. Alegação: para os funcionários públicos poderem torcem para que o Rio ganhe. Não há lógica nisso.

O Rio é uma das piores cidades do Brasil (sem ordem, sem educação, com violência, com "jeitinho", tudo isso aos extremos), carente de tudo quanto é serviço. Então decreta-se ponto facultativo. Significa que postos de saúde, creches, limpeza urbana, escolas, etc, funcionarão pela metade na sexta, se é que funcionarão. E ainda vão receber para não trabalhar. O orçamento para os jogos de 2016 está entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões (US$ 14,42 bilhões), a ser dividos entre governos municipal, estadual e federal e a iniciativa privada. Mas pode tirar o cavalinho da chuva, pois quem vai ter de enfiar a mão no bolso caso o Rio ganhe, vai ser você.

No Pan foi previsto um orçamento de R$ 523 milhões. Gastaram no total mais de R$ 2.847 bilhões. Mais da metade bancado pelo governo federal. Seguindo as mesmas contas quer dizer que o orçamento do Rio 2016 pode sair no final em torno de R$ 160 bilhões, o que é inverossímil.

Apesar de conversar com bastante gente e muitos serem contra as Olimpíadas no Brasil, isso nunca aparece na mídia. Não tem um colunista, um editorial, quiça uma reportagem na tv. O que me alegra é o fato de que a chance do Rio ganhar é igual a ZERO. E todo o gasto vai ser só de tempo dos bocós que acreditam nisso.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Keynes criou a poupança ex-post. Os brasileiros, a metereologia ex-post.

Dois dias depois de ventos forte assustarem moradores de Santa Catarina, os eficientes meteorologistas ainda não sabem se o que passou no estado foi um tornado ou qualquer outra coisa. Já tinha acontecido há um mês atrás. Somente nos dias seguintes puderam afirmar que o que havia destelhado casas no interior do estado tinha sido um tornado.

Enquanto nos Estados Unidos, Japão, Austrália e até no México, os serviços meteorológicos servem para alertar a população sobre possíveis estragos ocasionados por eventos naturais, no Brasil o máximo que se consegue é classificar o evento alguns dias depois. Muitíssimo importante para as pessoas que sofreram com a tormenta terem o nome exato do fenômeno. Assim, enquanto o sujeito examina o telhado de casa todo esburacado, os móveis encharcados, objetos destruídos ele comenta: "Ah, e eu achava que ia ser um ciclone."

domingo, 27 de setembro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Várias notícias nos últimos dias deram conta das novas atitudes do governo em relegar o etanol. A questão não é que as medidas não deveriam ser tomadas, mas que jamais teriam sido tomadas há um tempinho atrás. É a politicagem do governo, ora voltando-se para o etanol, suas vantagens, ora voltando-se ao pré-sal, transformando o etanol em vilão. Não dá para confiar em um governo assim.

Ministério do Meio Ambiente divulga que álcool pode poluir mais que gasolina.

Especialistas dizem que não é bem assim.

Lula toma medida necessária, mas só na hora que convém.

Mais do mesmo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Até dois anos atrás mais ou menos, o governo do PT vendia o biodiesel e etanol mundo afora como se fosse o principal elemento da quarta revolução industrial. Sabidamente menos poluente que o combustível fóssil, o etanol e o biodiesel parecem ter caído em completo esquecimento pelo governo. Em nenhum pronunciamento recente do presidente o vi abordar sobre o tema, tão caro num passado próximo. Quando alguns incautos disseram que o aumento da área de cultivo de cana-de-açúcar era responsável pelo aumento do preço dos alimentos, montou-se um esquadrão governamental desde o ministério da Fazenda, Agricultura e Meio-ambiente para negar a relação causa-efeito.

No entanto, eleitoreiro e oportunista, quando vislumbrou nos "mares nunca dantes perfurados" resquícios de petróleo no tal do pré-sal, - PAREM com o recursos renováveis, pois é a vez dos nossos petrodólares.

Do discurso ambientalmente correto para o uso indiscriminado do petróleo foi um pulo. De repente acordamos todos milionários, xeiques espalhados no Brasil, substituindo os donos de usinas de açucar.

Da minha parte, espero que depois de todo esse fanfarronice, dos investimentos, propagandas, etc e tal, sejam extraídos do fundo do mar exatos 127 barris de petróleo, o que daria mais ou menos US$ 7.600,00. Pagaria o dobro pra ver a cara dos petistas, e principalmente do Lula, da Dilma e do Lobão, que já estão loteando a Petrobrás como se fosse propriedade dos partidos.

O mais engraçado nessa história é o fato de uma coisa ser tão oposta à outra. Recursos renováveis X recursos finitos; sequestrador de carbono X liberador de carbono; terra X mar; e principalmente, açucar X sal.

Mas que pelo menos seja azedo para os petistas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

FRATELLANZA

Buffê de sopas: 12 sopas/R$ 12,00

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Adivinha quem é.

domingo, 6 de setembro de 2009

BRASIL X ARGENTINA

Considerações

1. A nareba roxa de Dunga, provando que é um homem com aquilo roxo.
2. O Galvão crioulo, fruto de algum bronzeamento artificial mal-sucedido.
3. A "deslocação" de Luís Fabiano no terceiro gol, segundo o crioulo acima.
4. Esse time, por ser menos badalado do que a fantástica seleção de 2006, tem chances maiores no ano que vem.
5. Ainda é difícil acreditar que perdemos a Copa passada com Kaká, Adriano, Ronaldo e Ronaldinho.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A propósito do post do dia 16 de agosto:

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Enquanto uns esperavam com latas de cerveja na mão, uns sentados, outros de pé; enquanto um casal de velhos chegava com placas e faixas; enquanto repórteres esperavam alguma movimentação; enquanto outros conversavam timidamente; enquanto acontecia isso o resto do país dormia.

Um movimento que começou na preguiça da sala de casa, na internet, é a cara do Brasil. De um povo que sempre esperou tudo do Estado, teve desde os tempos coloniais o paternalismo estatal e que nunca precisou lutar por direitos. Um povo que suja as ruas, as praias. Que não se interessa por política. Que não tem a menor idéia do que é ser cidadão. De um povo que quando viu seus serviços de saúde, educação e segurança solapados, correram para o socorro da iniciativa privada ao invés de batalhar contra a decadência desses serviços.

Se não aparecem nem em reunião do condomínio, onde são tratados assuntos diretos do próprio cotidiano, o que esperar de uma campanha num sábado à tarde contra a corrupção em Brasília?

Em Florianópolis, menos de vinte pessoas estiveram na passeata FORA SARNEY de ontem, 15/08. Em São Paulo com 16 milhões de habitantes, não chegaram a seiscentos manifestantes. No Rio em torno de 200 aproveitaram para pegar um sol caminhando pela calçadão de Copacabana.

Os jornais até tentaram fazer uma cobertura esperando que o evento fosse significativo.

Mas as fotos comprovam que não passaram de vinte pessoas.

Que nunca mais se ouça um pio, pois Sarney é o que merecemos.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O restante do copo (a metade), tomou de um gole só. Era pinga. Pura. Gostava do cheiro dela, da arranhada na garganta, do calor que chegava no meio do peito e se alastrava pra todas extremidades do corpo. Pensava em uísque, mas tomava pinga. Porque o uísque não tinha o cheiro da pinga.
Com o copo na mão achava que seria mais poético se dentro houvesse uísque - mas e daí? - afinal não estava em Las Vegas numa roda de jogo, nem em Londres cansado de trabalhar. Estava ali, numa cidadezinha qualquer no interior do interior do Brasil. E não se cansava de não trabalhar.
No bar não tinha ninguém, fora o dono. Este, apoidado em um engradado de refrigerantes prestava atenção no radinho rouco com pedaços de fitas coloridas amarradas na antena. Olhava como se fosse tv e ali pudesse enxergar o apresentador: " Agora a mais tocada da semana..."
Então o que tomara a pinga de um só gole caminhou até a porta que já fora um dia vermelha. Pôs um pé e a cabeça para fora como se espiasse algo. Recuou um pouco e ficou olhando os carros que passavam. Tinha até carroça, porque a cidade era do interior do interior, o que significa pequena. As pessoas que passavam, como sempre sói fazer, tinham pena dele. Os misericordiosos: "Enchendo os cornos já a essa hora." "Como pode, não deve ter família." "Vagabundo."
Ele sentia o mesmo. Por elas. "Que vidinha." "Já até trabalharam? Acabei de acordar."
Lembrou dos grandes bêbados da história: Nero, Churchill, Hemingway, Garrincha, Baco. Lembrou até do Baco que não existira, mas que dá nome às coisas. Pensou que talvez, um dia, ainda fosse um desses grandes da história. Mas não ali, naquela cidadezinha pequena com pessoas pequenas que tinham misericórdia, no interior do interior do Brasil.
Chegou até o balcão e pediu outro copo. Enquanto o dono servia, ele declarou: "Ainda me mudo dessa cidade."

terça-feira, 4 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

sexta-feira, 31 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A culpa da derrota do Cruzeiro, ontem, é da Globo. Organizações Globo, entenda-se. Jornal, internet, Globo, Sportv. Todos tratando o Cruzeiro como se já fosse campeão. Depois do empate de 0 X 0 na Argentina, a festa já estava pronta. A Globo e Sportv passaram a transmitir seus programas esportivos direto de Belo Horizonte, cidade do Mineirão. O Galvão (irritante sempre) toda hora afirmava que o Cruzeiro era o Brasil. Que BH era a capital brasileira na semana. Clima de festa.

Bem feito. Os argentinos passaram por cima e eu torci muito contra o Cruzeiro.

E segue a sina, quem desclassifica o São Paulo, perde a final.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Abaixo Darwin! Abaixo Teoria da Evolução! Viva Lamarck!

Fogo nos livros escolares. Tudo errado. Naquele duelo quem tava certo era Lamarck. Precisou chegar o século XXI para a glória do francês. Calem-se os darwinistas: Michael Jackson é a prova irrefutável da Teoria das características adquiridas.

Nascido Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Lamarck foi um naturalista do século XVIII que criou uma Teoria sobre a evolução dos seres vivos. Explicava como uma ameba pode virar um ser humano. Eram dois os princípios: 1) do uso e desuso; 2)das características adquiridas. O primeiro dizia que se um animal não usasse e estimulasse algum orgão seu, este acabaria atrofiado, até desaparecer da espácie. Ate-mo-nos então ao segundo princípio.

Este diz que as transformações sofridas pelo animal ao longo de sua vida, no intuito de se adaptar melhor a determinado ambiente, serão incorporadas e transmitidas às gerações seguintes. As transformações vão se acumulando e acabam por dar origem a novas espécies. O famoso exemplo das girafas que antes seriam algum tipo de zebra.

De tanto forçar o pescoço para alcançar os galhos mais altos, as zebras ficavam com pescoços mais esticados e seus filhotes nasciam com pescoços maiores. Com o passar de gerações, existia a girafa, animal de pescoço bem comprido.

E agora? Bem, Michael Jackson e sua prole.





Quer prova mais inequívoca?
Nasceu negro, foi ficando branco, incorporou a característica e a transmitiu aos descendentes. Primeiro aquelas operações de afinamento do nariz e dos lábios. O cabelo foi ficando cada vez mais liso ao longo das décadas de 80 e 90. O vitiligo, ele tratava ao contrário, deixando o resto do corpo branco, ao invés de voltar a ser negro. A filha que aparece na foto é uma perfeita caucasianinha.

Seus filhos, no funeral, provaram para o mundo todo que Lamarck estava correto.

E ele ri no túmulo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ronaldo, o Gordo, ficou viúvo. Vejamos se no final de semana vai ter um minuto de silêncio na partida do Corinthians.
A morte do traveco.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Injusto. Tem sido injusto o tratamento ao inglês do Joel Santana. É muito engraçado, ainda mais com essas legendas, mas o cara tá tentando, se esforçando. Tem um monte de técnico brasileiro na Europa, Oriente Médio e Ásia que ficam anos por lá e continuam usando tradutor. E o Joel só assumiu na África em fevereiro do ano passado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Enquanto todos jornais e sites do Brasil destacam o sumiço do avião da Air France no meio do Atlântico, não me passou despercebida uma notícia muito mais curiosa.
Na periferia de León, cidade da Nicarágua, um prédio de nove andares desabou na noite de domingo. Saldo: 33 mortos e 66 feridos.
Não, a curiosidade não reside no fato de o número de feridos ser um múltiplo de mortos e ainda mais de números dobrados: 33 e 66. A razão do desabamento é o que torna a notícia quase inverossímil.
Nos nove andares que vieram abaixo os moradores haviam feito furos na parede para pendurar quadros, retratos e vasos de plantas. Milimetricamente, e em uma coincidência estúpida, estavam os furos todos em linha vertical. Uma reta de buracos que abalou toda a estrutura do prédio, dividindo-o em dois.
O último morador a esburacar sua parede da sala, sobrevivente do 3º andar, declarou que no momento em que fincou o prego sentiu que o prédio tremeu, mas não viu maiores problemas.
Segundo os engenheiros da seguradora do imóvel, se apenas um dos nove furos tivessem sido feitos a 1 centímetro a mais para qualquer dos lados, o prédio ainda estaria de pé.
INCRÍVEL.

sexta-feira, 15 de maio de 2009