sábado, 20 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Leitor assíduo, sofria de um complexo de dom quixote: era deveras influenciado pela leitura. Mas, se ao cavaleiro da triste figura cabia sair praticando as ações dos livros que lia, a ele cabia um fardo menor: utilizar a linguagem dos livros que lia. Assim, praticava no trabalho, na vida social e pessoal. Discutia futebol, política, música e futilidades à maneira de seus autores.
Lendo Camões, tinha a mania de tentar rimar as frases, fazendo uso das medidas velhas e novas, dos decassílabos e alexandrinos, das redondilhas maioes e menores. Quando era época de Dostoievski, despachava alheio às conversas, pequenas frases francesas. E no meio do expediente: J’ai faim. No entanto, o autor que lhe trazia mais prazer era o menos conhecido Bukowski, e repetia à revelia de suas emoções o linguajar do velho. E de sua boca quando bêbada fazia tremer os presentes, quase sempre, sua mulher.

Quando ia ao banheiro:
- Eu preciso mesmo é dar uma boa cagada fudida.

Quando discutiam:
- Ah, é? Já sei porque isso sua vagabunda. Pra você não serve um caralho médio. Eu e meu caralho médio não te satisfazemos mais, não é?

E quando chegava do trabalho:
- Tava lá esfolando meu cu pr'aqueles filhos da puta ganhar dinheiro.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010